Um poema que é poeta nunca é.
Vai sendo enquanto morde na memória.
E em mais uma dentada a quem o lê,
Transforma a mesma escrita noutra história.
Penetra na retina ao mais capaz
Um poema que é poeta é como um cisco
Ser bonito ou mesmo feio, tanto faz.
Foi feito para cegar, não para ser visto.
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
segunda-feira, 26 de julho de 2010
As gazelas
Passeio na calçada transparente
Que é palco teatral de zoologia
E persigo uma amálgama de gente
Durante o sol decente do meio-dia
Entre outros animais que penso ver
Flutuam as gazelas aos saltinhos
Nos pés trazem agulhas de coser
Nas mãos carregam filhos como espinhos
Deparo-me com este bicho estranho
Que devora uma montra ao pormenor
E diz à cria fora do rebanho
"Querida, não se afaste por favor"
A miudita, a correr, vem ter comigo
Eu, mero espectador de toda a cena
Desfaço-me em sorrisos como amigo
Enquanto pego a sua mão pequena
Dirijo-me à mamã que já lhe acena
E penso que as gazelas são um perigo
Que é palco teatral de zoologia
E persigo uma amálgama de gente
Durante o sol decente do meio-dia
Entre outros animais que penso ver
Flutuam as gazelas aos saltinhos
Nos pés trazem agulhas de coser
Nas mãos carregam filhos como espinhos
Deparo-me com este bicho estranho
Que devora uma montra ao pormenor
E diz à cria fora do rebanho
"Querida, não se afaste por favor"
A miudita, a correr, vem ter comigo
Eu, mero espectador de toda a cena
Desfaço-me em sorrisos como amigo
Enquanto pego a sua mão pequena
Dirijo-me à mamã que já lhe acena
E penso que as gazelas são um perigo
sábado, 24 de julho de 2010
Seres-urbanos
Seres-urbanos que arrastam a carcaça pelas crassas ruas frias
e desertas,
atiram os sacos de ossos à desgraça
Deixam-se perder durante os dias
em que passeiam pelos olhos de quem passa
E quando as ideias estão despertas,
poisam os sonhos pelas montras
e seguem, carregando em olhos vítreos,
a vida que está em tantos sítios,
mas que lhes escorrega pela pontas
dos dedos.
e desertas,
atiram os sacos de ossos à desgraça
Deixam-se perder durante os dias
em que passeiam pelos olhos de quem passa
E quando as ideias estão despertas,
poisam os sonhos pelas montras
e seguem, carregando em olhos vítreos,
a vida que está em tantos sítios,
mas que lhes escorrega pela pontas
dos dedos.
Estava um rato no meu computador
Era um dia um rato branco,
Sem beleza nem o encanto
De um bicho da natureza.
Preso a um computador
Pelo fio do labor,
Arrastava-se na mesa.
Sendo a fome um mal maior,
Que lhe retirava a cor,
A transparência reinava.
Branco de neve no espelho,
Viu no seu próprio aparelho
Uma maçã desenhada.
Deu-lhe uma dentada o rato.
Coitado! Mesmo sem prato,
Imaginou um manjar.
Mas, o pobre do animal...
Foi uma trinca fatal!
Que pôs o mundo a pensar.
O próprio computador,
O patrão, dono e senhor
De toda a sabedoria,
Descurou que um rato preso
A trabalhar, com desprezo
Até veneno comia.
A maçã adulterada
Não foi caso para risada
Na história do rato nu
Pois agora outro rato
Já tem um novo contrato
Que se chama Bluetooth
Sem beleza nem o encanto
De um bicho da natureza.
Preso a um computador
Pelo fio do labor,
Arrastava-se na mesa.
Sendo a fome um mal maior,
Que lhe retirava a cor,
A transparência reinava.
Branco de neve no espelho,
Viu no seu próprio aparelho
Uma maçã desenhada.
Deu-lhe uma dentada o rato.
Coitado! Mesmo sem prato,
Imaginou um manjar.
Mas, o pobre do animal...
Foi uma trinca fatal!
Que pôs o mundo a pensar.
O próprio computador,
O patrão, dono e senhor
De toda a sabedoria,
Descurou que um rato preso
A trabalhar, com desprezo
Até veneno comia.
A maçã adulterada
Não foi caso para risada
Na história do rato nu
Pois agora outro rato
Já tem um novo contrato
Que se chama Bluetooth
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