quinta-feira, 19 de maio de 2011

Contra a poesia pseudó-românticó-depressivó-dependente

Definho por saber que não sou eu
Que se quebra, frente ao espelho, sobre o vento
E embora por momentos, chegue ao céu
Sou Ícaro e sol ao mesmo tempo em que escrevo estas frases, que até parecem bonitas.

A irreversibilidade da língua Portuguesa
Que distorce o abrigo em que me inscrevo
Dá forma ao ser que afasta a natureza
E permite-me sair do meu sossego, só para escrever estas frases que até parecem bonitas, mas que não têm sentido nenhum.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

O macaco que tirou um homem do nariz.

Aconteceu num zoológico da China
E continua a intrigar quem raciocina,
Depois dessa anormal tarde de janeiro
Em que um macaco decidiu, do seu nariz
Assoar uma pessoa por inteiro.

Este insólito tornou-se um chamariz
Que se espalhou para fora do país
E ouviu-se contestar em todo o lado
É que o Mundo (o do ser inteligente)
Mostrou-se totalmente indignado.

Quem não ficou - e com razão - muito contente
Foi o símio, que se vê actualmente
Em prisão preventiva  até ao outono
Porque um humano não podia conceber
(Por questões relacionadas com o poder)
Que do seu nariz, um macaco fosse dono.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Durante amanhã.

O sol riscava o céu, no azul em tela.
Corri, com energia, os vidros baços.
E para sentir a força dos seus traços,
emoldurei a janela.

Mas uma nuvem entornou - que desalento -
os retoque que fizera a uma gaivota.
Pois, sem que eu o esperasse, abriu-se a porta.
Verti o pensamento.